segunda-feira, 6 de agosto de 2007

v - O egipto?




Chegamos demasiado tarde. Já não é possível separar aquilo que é real da mera montagem cenográfica. E eu estive no Egipto? As coisas parecem descontextualizadas, tudo parece estar fora do sítio. Aquilo que visitamos é cada vez menos a realidade e mais um cenário montado de uma indústria megalómana.
Entre guias e visitas a correr, o festival de flashes, artesanato feito na china, o que vêem de facto os 5 milhões de turistas que o Egipto recebe por esta altura? Na maior parte dos casos, apenas se vêem uns aos outros por entre os flashes das máquinas. Mesmo diante dele, é através da lente digital que o turista observa o objecto-monumento. Mesmo estando no sítio, é no fugaz instante-clique da máquina que se parece produzir o único conhecimento do turista. Ele não vê, máquina é que vê. E tudo está construído para que funcione assim, rápido e indolor. Por isso, qualquer sinal a identificar a impossibilidade de filmar ou fotografar, parece ser a maior adversidade de qualquer turista.

E eu estive, realmente, no Egipto? As fotografias dizem que sim. Eu, por vezes, ainda duvido!

imagens. templo de edfu e pirâmides de giza
plb. agosto 2007

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